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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sala de Espera

Enjoam, a sério. Saímos de lá mais doentes, acabrunhados e defuntos. Mais vale ir à bruxa. Sempre há o misticismo e tal, a bolinha de cristal, o incenso. A gente acredita que nos vai sair o euro-coiso, que a nossa rival é mais feia e mais gorda do que nós, que as nossas maleitas têm cura, enfim! Somos crentes e pagamos na mesma, mas com outra alegria. Se for preciso levamos as trousses do dito, para fazer um encanto que à meia noite de qualquer encruzilhada nos livre das loiras, brasileiras e divorciadas.Abrenúncio!

Nos consultórios não se aprende nada. Cheira a choco, as revistas estão que nem camélias meladas, a menina da recepção em vez do ar topmodel da praxe está deslavada e desiludida da vida, e as pessoas, ai as pessoas, estão muito mais doentes que nós.
Não se iludam com o ar compassivo com que nos recebem quando entramos. Elas querem é passar-nos o que têm e se possível, pior! Não vale a pena esperar pelo que o médico diz. A nossa triste sina está ali. Na sala de espera!