terça-feira, 27 de novembro de 2007

Mecânicos


O meu mecânico é um sonho de homem! Anafadito, careca no topo, de rabo de cavalo e olhos azuis. Tem sempre uns posters que num cunsigo encontrar na net, por mais sites daqueles bons memo bons que visite! A modos que lá tenho de ir com mais regularidade, para estudar o formato dos argumentos da minha próxima operação plástica! Num é daqueles que imbenta abarias cumplicadas. Quando dei cabo da junta da colaça, dei mesmo! O resto, ele compõe com tranquilidade. Tem a perfeita noção de que a bida está cumplicada para todos e espera que a gente lhe pague quando pode! Este homem é do nuorte, carago!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Gajas Boas

Nem todas as gajas boas são boas gajas

Isto de colocar um adjectivo no sítio certo é mais complicado do que fazer contas à vida. É que, neste último caso, o resultado é previsível: tasse memo mal. No outro, muitas questões se levantam, dependendo dos pontos de vista e do género.

Assim, uma gaja boa memo boa pode, na visão brilhante dos meus amigos Gatos Fedorentos, por engano, ser um gajo. Pois, às vezes enganamo-nos, e com um décor e pormenores anatómicos de longevidade discutível, arriscam-se os homens a ter uma brasa na rua e uma megera em casa, sendo que, em qualquer um dos lugares, o melhor é ela nem abrir a boca, apesar do sorriso sexy, porque, simplesmente, não tem assunto.
Uma doll que nem baby é, sobretudo de chinelas e roupão. Acresce a isso, saberem os meus queridos amigos que aquela gaja boa, que os torna invejáveis aos olhos dos colegas, cedo ou tarde poderá despoletar uma operação interessante: a prova dos nove. Talvez com um mais novo, menos careca ou com uma barriga mais diminuta.

Uma boa gaja é aquela a quem os meus amigos recorrem quando precisam de desabafar daquelas coisas que não dá para conversar com os amigos de copos e bola, não vão eles ficar a pensar que se passaram para o outro lado. É aquela que tem neurónios e faz pensar que não é de todo errado ter permitido às mulheres o acesso à alfabetização. É aquela que sabe o que fazer quando os meus amigos estão doentes e não vai ao MacDonalds procurar uma canjinha! É aquela que desliga o telemóvel nas trombas do pessoal, porque os amigos, para serem verdadeiros, nem sempre estão concertados. É aquela que o volta a ligar para saber se estão bem e os nossos, também. É aquela que não quer saber quanto os moçoilos ganham e que não troca a amizade deles por um descapotável ou uns jeans Versace.
Uma boa gaja tem coração! As outras pensam na vidinha delas em primeiro lugar!

O que desejo a todos é que possam aliar uma coisa à outra e que, já agora, os gajos bons e os bons gajos coexistam num mesmo ser!
Um coração bem amado e um alegrar de vistinhas nunca fez mal a ninguém.
Orientem-se!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sala de Espera

Enjoam, a sério. Saímos de lá mais doentes, acabrunhados e defuntos. Mais vale ir à bruxa. Sempre há o misticismo e tal, a bolinha de cristal, o incenso. A gente acredita que nos vai sair o euro-coiso, que a nossa rival é mais feia e mais gorda do que nós, que as nossas maleitas têm cura, enfim! Somos crentes e pagamos na mesma, mas com outra alegria. Se for preciso levamos as trousses do dito, para fazer um encanto que à meia noite de qualquer encruzilhada nos livre das loiras, brasileiras e divorciadas.Abrenúncio!

Nos consultórios não se aprende nada. Cheira a choco, as revistas estão que nem camélias meladas, a menina da recepção em vez do ar topmodel da praxe está deslavada e desiludida da vida, e as pessoas, ai as pessoas, estão muito mais doentes que nós.
Não se iludam com o ar compassivo com que nos recebem quando entramos. Elas querem é passar-nos o que têm e se possível, pior! Não vale a pena esperar pelo que o médico diz. A nossa triste sina está ali. Na sala de espera!

domingo, 4 de novembro de 2007

Os Domingueiros

Reza o Latim que Domingo é o dia do Senhor -Dies Dominica. Assim sendo, e pela lógica, esta espécie que prolifera e se reproduz dramaticamente, seria muito católica. Acabadinhos de sair da missa e tal, ei-los que saem às ruas para praticar boas acções, com um enorme espírito de abnegação e missionarismo.
Era bom, não era?
Desengane-se. Aqueles tipos todos que sacam do carro em quinta mão, com a carta tirada sob supervisão da Santa Rita, mais uns dinheirinhos por baixo do tablier, entupindo as estradas ao Domingo, fazendo manobras que nem ao demo alembram, não são movidos pelo espírito cristão. Aquilo é sado-masoquismo no seu melhor!
Sadismo, porque todos os conhecemos. É por isso que vamos fazer as compras ao Sábado, ou ao Domingo, mas à hora do almoço, porque ninguém tem pachorra para andar atrás de um comboio de carrinhos de supermercado vazios, escoltados por velhinhos de canadiana, bebés a tiracolo, sogras, tias e primas e miúdos em plena orgia vocálica, a exigir tudo aquilo que não podem ter, mas que não veriam se ficassem em casa. No hipermercado há cultura a rodos!
Masoquismo, porque estavam realmente muito melhor no aconchego do lar , não se constipavam com o ar condicionado e era um ganho imenso para a saúde pública! Oh, se era!